Preso há cerca de três semanas, acusado de estuprar um adolescente de 16 anos, o tricicleiro Laércio passou por sessões de espancamento dentro da Unidade Prisional de Parintins até desmaiar. Os presos teriam se revoltado contra o rapaz e enfiado um cabo de vassoura no ânus da vítima. As grades das celas foram usadas pelos presos durante as horas de tortura para bater a cabeça de Laércio.
Após a violência, os envolvidos chamaram socorro. O tricicleiro deu entrada na emergência do hospital com o rosto muito machucado e inchaços por todo o corpo. De acordo com familiares, um carcereiro apresentou Laércio aos internos como estuprador e matador de uma criança. ?Ele sente tonturas e não pode sentar. Está gravemente doente e continua no presídio. Se tem algum crime, ele tem que pagar, mas com saúde?, disse.
O agente penitenciário da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), Carlos Alberto, afirmou que encaminhou a vítima para atendimento médico e registrou Boletim de Ocorrência na 3ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP). ?Ele fez exame de corpo de delito e informado à justiça. Avisamos o secretário da Sejus. A vítima prestou depoimento na delegacia. Os presos envolvidos serão ouvidos?, explicou.
Os familiares cobram os direitos assegurados por lei para Laércio se restabelecer e apelam às autoridades constituídas para tomar providências quanto à suposta incitação de espancamento por parte de um carcereiro. ?O presídio é para as pessoas pagarem erros e não um matadouro. Todos cumprem pena por algum motivo. Ninguém tem direito de tirar a vida do outro?, relatou outro membro da família da vítima.
